Palestrante avalia cenário do país e do mundo no Café com o Presidente 2017

Com auditório lotado, o palestrante Daniel Alberini Schrickte discorreu no dia 24 de agosto, no Centro de Eventos da Fiep, sobre o assunto “Cenários 2018 – Desafios e Oportunidades.” O economista, especialista em Finanças, lembrou que o Brasil tem um estigma que precisa ser superado. “O Brasil é o país do ‘agora vai’, ‘desta vez vai ser diferente’, sempre a ideia do eterno ‘país do futuro’. Para não errarmos novamente, é importante aproveitar o momento favorável de recuperação da economia”, disse. “Se não caminhar, vai sobrar aumento de tributos para todos”, sentenciou.
O palestrante observou que apesar do mundo ter passado por uma grande crise, hoje o cenário mudou. “Na Europa, a economia está se recuperação econômica, sem pressões externas. O cenário é benigno globalmente, nossos problemas são internos”, salientou ao destacar aspectos positivos da economia brasileira. “A conjuntura econômica melhorou e as reformas necessárias devem ser feitas. O ponto de interrogação é outubro do ano que vem. Mas, precisamos, mais uma vez, construir as bases para crescimento, com inflação sob controle e dinâmicas mais positivas. E claro, não ter medo de encarar os desafios até as eleições de 2018”, afirmou. “Estamos um pouco otimistas com o Brasil, há uma chance de um novo ciclo de crescimento para o próximo ano”, considerou.
Tecnologia: o novo petróleo
Schrickte fez uma análise global para avaliar o caminho do emprego e as novas características da economia. “É fato que o mundo atravessa uma mudança que vai afetar o Brasil também”, alertou. “Estamos caminhando para sermos menos sensível às commodities. Há uns dez anos o petróleo era o que mandava no mundo. A maior empresa era a Exxon, que empregava 150 mil pessoas. Hoje, quais são as maiores empresas? Appel, Google e Microsoft…
A Appel emprega 50 mil pessoas. O dinheiro mudou de mão, do petróleo para a tecnologia, o que diminui e afeta os empregos”, pontuou. Com o reflexo do novo mundo que passa a ser desenhado, o impacto também é grande na política. “Vemos o crescimento de uma direita populista. Com o Donald Trump sendo eleito nos Estados Unidos, isso é fruto de uma classe média pressionada pela falta de empregos e queda de renda.”
A mudança global impactou abruptamente a vida de uma classe que estava habituada à estabilidade. “A classe média estava acostumada a um padrão muito positivo. O que ocorre é que está empobrecendo, a qualidade dos empregos e os salários está diminuindo e assim sendo criada uma nova classe média revoltada. E é essa população que elege políticos como o (Donald) Trump e, aqui no Brasil, guardadas as proporções, pode eleger (Jair) Bolsonaro”, comparou.
Apesar dessas novas realidades, Daniel Alberini Schrickte lembrou que, mundialmente, a crise maior já passou. “O mundo vai bem, segue caminhando e o que se espera para 2018 é um mundo em crescimento.”